“Não tenho tempo para nada.”
“Os dias deviam ter 48 horas.”
“Nunca consigo acabar nada.”
“Ando sempre a correr.”
A falta de tempo é uma das queixas mais comuns nos nossos dias. O tempo voa, as atividades sobrepõem-se, os compromissos engolem-nos. O stress aumenta, a produtividade diminui. Não temos tempo. Nem para respirar.
Mas será que efetivamente não temos tempo?
Na realidade, o tempo é um recurso de que dispomos todos de forma exatamente igual. A cada novo dia, todos dispomos das mesmas 24 horas, a cada hora, todos dispomos dos mesmos 60 minutos, a cada minuto, todos dispomos dos mesmos 60 segundos. O tempo é um recurso que existe por si, não o podemos mudar. O que podemos mudar é a forma como gerimos as nossas tarefas.
A forma como planeamos (ou não) o que queremos fazer em cada dia / semana / ano; a forma como priorizamos (ou não) tarefas; a forma como definimos (ou não) objetivos e traçamos (ou não) a estratégia para os alcançar; a forma como tiramos partido (ou não) dos recursos de que dispomos. Mais do que isso, o conhecimento que temos de nós próprios e da forma como nos organizamos melhor ou como produzimos melhor em determinada situação. Estas são algumas das ferramentas que nos permitem melhorar a organização das nossas tarefas e, em consequência, rentabilizar o tempo de que dispomos. E de que todos dispomos por igual.
Quando o tempo parece não chegar para tudo, parar para fazer uma avaliação da situação pode parecer uma perda de tempo. Mas, pelo contrário, será com certeza o primeiro passo para compreender porque é que “Não tenho tempo para nada.” Será o tempo necessário para diagnosticar áreas problemáticas, adquirir ferramentas adequadas, desenvolver competências de gestão de tempo. Ou de tarefas. O tempo necessário para traçar um plano de melhoria individual. Afinal, os dias continuam a ter 24 horas, as horas, 60 minutos, os minutos, 60 segundos. E isso não podemos alterar. Mas podemos alterar aquilo que fazemos com o tempo.
Célia Silva